Criado o Núcleo Maringaense do Fórum

Cerca de 150 pessoas estiveram presentes ao lançamento do Núcleo Maringaense do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, no dia 14 de julho, no auditório do Sinteemar. O ato, organizado por professores do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá, contou com a participação de inúmeras personalidades e entidades.
O debate foi aberto por um informe de um dos coordenadores do Fórum Paranaense, Roberto Salomão, sobre as atividades desenvolvidas até aqui e os desafios do próximo período. A seguir, o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, elogiou a iniciativa e falou sobre o papel da universidade na luta pelos direitos humanos.

Na sequência, o professor Reginaldo Benedito Dias fez uma exposição sobre a luta de décadas dos movimentos sociais e de direitos humanos para esclarecer a verdade acerca dos militantes presos, perseguidos, exilados, torturados, mortos ou desaparecidos. De acordo com Dias, ainda há famílias em Maringá que não sabem em que condições seus parentes foram mortos. “As mortes eram divulgadas com toda a sorte de falsificações”, conta o professor.
O professor Ângelo Priori falou a seguir sobre a abertura dos arquivos do regime militar. Para o professor, “se a comissão conseguir localizar os restos mortais dos desaparecidos durante o regime e esclarecer os motivos dessas mortes, já será um passo muito importante”.

O núcleo faz parte de uma rede paranaense, que tem como objetivo influenciar o debate nacional da Comissão da Verdade, criada pela presidente Dilma Rousseff (PT) para investigar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar (1964-85). A rede deve avaliar, dar opiniões e repercutir os trabalhos da comissão, além de promover debates com a sociedade.

“O Núcleo Maringaense do Fórum nasce com força e qualidade. Será, com certeza, um ponto de apoio importantíssimo na luta para esclarecer as violações dos direitos humanos ocorridas no Paraná”, diz Roberto Salomão.

Os laboratórios de Pesquisa em História Política e Movimentos Sociais (Lappom) e de Estudos do Tempo Presente (Labtempo) da UEM têm vasto material sobre o tema. Teses e dissertações estão disponíveis no site www.pph.uem.br. Segundo um dos coordenadores do núcleo, o professor Ângelo Priori, agora, com a comissão, serão abertas novas possibilidades de pesquisa. “Muitos arquivos que antes não eram abertos para os historiadores virão à tona, possibilitando ampliar os trabalhos e debates”, conta. Também coordenam o núcleo os professores Sidnei José Munhoz e Reginaldo Benedito Dias.

Fonte- Fórum

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