Recife ganha monumento em memória contra a ditadura

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Recife ganha monumento em memória contra a ditadura

 

Obra retrata o sol como a certeza de um novo dia, e foi inaugurada na rua da Aurora. Segundo a população, o local é onde o sol nasce primeiro na capital pernambucana

Recife, 11/3/14 – Nesta segunda-feira (10), Pernambuco ganhou um símbolo da memória brasileira sobre o golpe de 1964. Foi inaugurado na capital do estado o “Monumento ao NUNCA MAIS: homenagem à resistência e à luta pela anistia”.

O monumento, que retrata o sol como a certeza de um novo dia, foi inaugurado na rua da Aurora, local onde, segundo a população local, o sol nasce primeiro em Recife. O nome “Nunca Mais” representa o desejo de que os atos criminosos praticados no regime ditatorial nunca se repitam na história.

Este foi o quarto de 16 monumentos que serão inaugurados ao longo deste ano em diversas cidades brasileiras pelo Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia, em parceria com o Instituto Alice. Já foram inaugurados monumentos em Belo Horizonte, Curitiba e Ipatinga.

Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, exaltou a conquista do Brasil representada na obra de arte. “O monumento deve ser visto como um lugar de alegria, em contraponto aos centros de tortura que foram espaços da dor. Ele representa a vitória de um povo que soube resistir, se organizar e reconquistar a liberdade e a democracia. Isso aqui, portanto, é uma homenagem à  resistência”.

“O monumento e a arte têm capacidade de tocar as pessoas de uma forma diferente. A criatividade pode fazer com que as pessoas entendam melhor o que é a Justiça de Transição”, disse Alexandre Mourão, jovem do coletivo Aparecidos Políticos.

Congresso internacional
Em seu segundo dia, o Congresso Internacional 50 Anos do Golpe e a nova agenda da Justiça de Transição no Brasil, que acontece no Recife, debateu memória e cultura como mecanismos para se entender melhor o período ditatorial e a transição para a democracia.

Manuel-Reyes Mate Rupérez, filósofo espanhol, levou o público a refletir sobre o que é memória, apresentou conceitos e relacionou o tema com a política, a ética e a religião. Na visão do estudioso, reconhecer a culpa pelos erros do passado é fundamental para a reconciliação entre as partes e para um possível perdão.

A importância da memória na cultura de um povo, sobretudo quando esse registro diz respeito a episódios de violência e perseguição política dentro de um estado de exceção, ficou evidente com a exposição das experiências do Chile e da Argentina, apresentadas ao público durante o evento.

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Fonte:

Ministério da Justiça
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