Operação Condor: o calvário de Remigio Gimenéz

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Jair Krischke no momento em que grava depoimento de Gimenéz na prisão, em 1989. Foto: Arquivo pessoal

Jair Krischke, fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), com forte atuação na denúncia de violações de direitos humanos na área do Cone Sul, deu detalhes do calvário do preso político Remigio Giménez nas mãos da repressão política do Paraguai, na audiência pública sobre a Operação Condor, que aconteceu nos dia 1º e 2 de setembro. Gimenéz  foi preso em 1978, quando a Polícia Federal brasileira o sequestrou em Foz do Iguaçu e o entregou ao sanguinário departamento de investigação da policia paraguaia, na cidade fronteiriça de Puerto Stroessner. Barbaramente torturado, realizou greve de fome para chamar atenção das autoridades. Foi solto somente em 1989, graças à atuação de Krischke.  Durante a audiência, Krischke entregou ao Grupo de Trabalho de investigação da Operação Condor, um arquivo em áudio com a gravação de uma entrevista e foto que ele fez com Remigio na prisão (correndo grande risco pois não era permitido entrar com gravador e câmera fotográfica nos presídios) e na qual este revela as circunstância de sua prisão e o envolvimento de militares brasileiros no monitoramento e captura. Jair revela também como foi realizado transporte do material gravado para o Brasil e o cerco feito pelos militares no aeroporto paraguaio no retorno ao Brasil.  Centenas de perseguidos nos regimes militares do Cone Sul escaparam da morte e ganharam  a sobrevivência no exílio graças à atuação de Krischke e do MIDH.

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